terça-feira, 14 de agosto de 2012

UMA BREVE AVALIAÇÃO DE OITO ANOS DE GESTÃO DE WALDOLI E POMPEU



Por: Carlos Alberto Amorim Caldas
Estamos beirando oito anos, consecutivos, de um mesmo grupo na Gestão Municipal. Isto significa oito anos de um governo adepto do NEPOTISMO, cheio de desmandos e com infindáveis acusações de desvios, ocultamentos e prevaricações de bens públicos. Muitos e por variadas infrações são os processos que correm na Justiça contra os atuais gestores municipais de Cametá.
Aliás, eis o primeiro grande e proposital equívoco: TRATAR A COISA PÚBLICA COMO PATRIMÔMIO PRIVADO. O resultado mais evidente é a arrogância!
É óbvio que nestes oito anos – como eles se arvoram dizer – o município se desenvolveu! Senão este povo pacífico não teria optado por esperar para ver.
Não posso concordar que o município e a cidade tenham se modernizado. MODERNIDADE significa uma cidade limpa, uma população educada, ruas iluminadas e seguras; uma cidade com portos e terminais de transporte – com transportes eficientes. Modernidade traduz acesso à saúde, ao trabalho digno, à educação de qualidade e a relações políticas democráticas, dentre muitos critérios.
São oito anos sem programas de governo e sem desenvolvimento de políticas públicas. Foram “administrando” o município sem qualquer “profissionalismo”, fazendo como aquela senhora, viúva, abastada que em um dia resolve domesticamente fazer um jardim; noutro uma piscina; uma reforma na cozinha e, em outro dia ainda, trocar as luminárias da varanda. Isso quando não resolvem trocar os funcionários!
Em oito anos, com suspeitas e acusações de superfaturamento, o atual prefeito de Cametá Waldoli Valente – e seu vice Benedito Pompeu – deixarão uma cidade com ruas “bloquetadas” /pavimentadas, construções/edificações de prédios de escolas e recuperações construções de praças e outros logradouros públicos[1]. Isso seria elogiável não fosse o mar de denúncias, o nepotismo e a ausência de projetos/programas de políticas públicas em TODOS os setores da administração pública municipal!
               E antes de prosseguir, faço um parêntese, em atenção aos defensores incondicionais dos atuais gestores municipais. Eu, Carlos Amorim, não irei ao ministério público reapresentar denúncias que já foram apresentadas e nem vou explicar de novo o que é nepotismo, pois será cinismo daqueles que me sugerirem isso.
Vou iniciar com uma comparação: no Campus Universitário da UFPA em Cametá foram construídos, há cerca de um ano e meio, dois prédios com dois pisos cada. Em um deles encontramos um dos maiores e mais bem equipados auditórios da cidade e uma biblioteca de médio porte. O outro prédio tem cinco salas de aula, um mini auditório, laboratório de informática e laboratório de ciências naturais. Este prédio conta também com elevador de acesso para deficientes físicos. Pois bem, este conjunto custou ao todo a importância de cerca de um R$ 1.300.000 (hum milhão e trezentos mil reais).
               A comparação é a seguinte: todos somos sabedores que cada decantada – das poucas construídas no interior[2] - escola municipal, construída na atual gestão, em média com seis salas de aula, custa aproximadamente R$ 2.000.000 (dois milhões de reais) aos cofres públicos. Esse valor daria para construir quatro escolas do mesmo tamanho e modelo das que foram feitas!
               Mas, como dizia inicialmente, parece que Cametá ainda não pode usufruir de uma gestão municipal com projetos políticos definidos. Temos uma tradição conservadora populista que atravessa décadas e séculos com apenas dois hiatos que não foram bem sucedidos e que também não apresentaram projetos de políticas públicas claras. Um que desbancou a sequência de administrações “peristas” (referente a Gerson Peres) – representada pelo PMDB e encabeçada por João Medeiros - e a outra do ex-prefeito Quaresma - mas ambos não lograram êxito!
               Também esta atual gestão – de oito anos – não teve e não tem programas de políticas públicas e mantêm o formato conservador-populista. Então, esta administração municipal que está se despedindo deixará um conjunto de edificações de escolas (as R$ 2.000.000 cada), um estádio de futebol reformado (com time em funcionamento e com período de alta popularidade...), um ginásio poliesportivo minimamente conservado. Mas não tem sequer uma secretaria (ou diretoria no interior de uma secretaria) municipal, imagine políticas públicas para o esporte e o lazer! Tampouco um projeto de educação que contemple formação continuada para os professores, bem como saúde preventiva e combate ao analfabetismo de jovens e adultos. Faltam reais políticas públicas nesse governo de oito anos!
               Sabemos também que o ponto alto da gestão foi a melhoria da malha viária urbana (com ruas bloquetadas/asfaltadas) e suntuosas praças – APENAS NA ÁREA CENTRAL DA CIDADE. Contudo, salpicados em cima de barro, os bloquetes cedem aparecendo buracos nas ruas e uma breve chuva enlameia a rua e alaga as residências. Não há saneamento básico! E muito menos coleta regular e tramento do lixo doméstico. É iconográfica a presença de centenas de urubus nas ruas, que em algumas esquinas acumulam verdadeiros “lixões”. Aí a gente poderia dizer que a população não colabora. Mas, às duras penas, aprendi que o povo não é culpado de ser mal educado, nem analfabeto e muito menos pobre.
               A gestão se despede, também, com a área da cultura reduzida à produção de eventos e com o gestor, desta área, decantando os antepassados e pegando carona nas ações da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outros organismos. O Carnaval e as férias do mês de julho vieram decaindo junto com a gestão! Significativa é a ruína do prédio do Centro de Cultura “Ministro Jarbas Passarinho”.
               Não apresentaram e nem desenvolveram políticas de meio ambiente e/ou saúde sanitária. Vejam o gritante caso da ausência de campanhas educativas e a coleta de lixo deficiente atraindo urubus, ratos e insetos para a cena urbana.
               A Saúde foi um caos e não caminhou para lugar nenhum. Sabemos que o Sistema Único de Saúde (SUS) - mesmo que não seja o sonhado - faz repasses mensais que é para serem aplicados em benefícios à saúde (e não para aumentarem salários e comissões). É assim: cada procedimento em saúde que o município realiza, o SUS “paga” por esse procedimento ao município. Sem falar nos demais programas que foram municipalizados como o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Recursos financeiros houve, só não houve vontade e decisão política e nem políticas!
               Até o único cemitério público da cidade está superlotado. Nem morrer se morre mais com dignidade nesta cidade que tanto nos honra e orgulha, por sua história e seu acúmulo cultural e paisagístico.
               A Assistência Social não teve competência sequer para gerir os programas federais. Fiquei estarrecido quando ouvi de profissionais – ainda bem que não foi da “voluntária” – da própria Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS) críticas ao assistencialismo dos programas sociais do governo federal. Mas não sabemos de nenhum programa/projeto ou evento da secretaria municipal que vincule os benefícios sociais – com perspectiva temporária – à capacitação de trabalhadores e jovens, à geração de emprego e de renda ou mesmo à ressocialização. Estas seriam atividades rotineiras dos Centros de Referências e Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referências Especializada e Assistência Social CREAS, visando a estabelecer o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Mas se fizeram foi assistencialismo grosseiro. O ex-Presidente Lula fez sua parte tirando das mãos das chamadas “voluntárias” os programas e articulando-os na política de Assistência do SUAS.
               Aqui em Cametá, as crianças ainda carregam malas e bagagens nos precários portos de Carapajó a custo de R$ 2,00; não há política de redução de danos a consumidores de álcool e outras drogas. Ao bolsa família não estão agregadas as políticas de capacitação e formação para o ingresso no mercado de trabalho. Jovens, Idosos e outras minorias aqui parecem ser alienígenas. Todas as políticas municipais receberam verbas federais; mas quando foram encaminhadas, foram-nas de maneira capenga ou desastrosa.
               Foram centenas de denúncias de abusos e exploração sexual contra crianças e adolescentes; o tráfico de drogas, o trânsito violento e desordenado foram uma constante crescente, o aumento da violência e êxodo rural contribuiu para o inchamento de nossa área periférica na cidade, com uma imensa população de desempregados e desocupados. Foram abandonados ou ignorados importantes projetos comunitários de desenvolvimento sustentável, por mera retaliação política.
               As Universidades são enclaves na cidade e no município, com pouquíssima ou nenhuma articulação com o poder público municipal.
               E, para coroar o descompromisso com a população cametaense, esses gestores se tornaram forasteiros, pois ultimamente passam mais tempo fora do município do que aqui – vão deixar as contas públicas inadimplentes. Só com a Previdência Social são mais de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).
               Ironicamente o atual vice-prefeito, que é candidato a prefeito neste pleito de 2012, tem como slogan “O trabalho continua”. Nisso não há comentário. Há que se observar sim que o candidato a vice-prefeito na chapa de Benedito Pompeu é o Sr. Joaquim (Juca) Castro que foi secretário de educação e não chegou ao término do mandato e é um dos grandes responsáveis pelo fato de nossas crianças terem ficado TODOS os seis meses letivos do primeiro semestre de 2012 sem alimentação escolar – também por falta de prestação de contas junto ao Ministério da Educação.
               Convido a população cametaense à reflexão - e indico a única possível e viável mudança nessa situação – que é elegermos IRACIO (13) NUNES e PROF. OSVALDO BARROS, respectivamente, PREFEITO E VICE-PREFEITO DE CAMETÁ para a gestão 2013-2016. Estes encarnam nossas esperanças de um município JUSTO e MAIS FELIZ, com POLÍTICAS PÚBLICAS REAIS para o nosso município!


[1] No caso do Mercado Municipal e Feira de Pescados e Hortifrutigranjeiros, os recursos foram do Governo Estadual.
[2] Somente uma escola foi construída na sede  do município.

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